Craques do Passado


CESINHA, DONO DE UM ADMIRÁVEL TALENTO

Heberth Halley
Repórter

O destaque de hoje é o jogador Paulo César Coelho Ferreira, 45 anos, o conhecido Cesinha. Por muitos anos, foi apelidado como Cesinha Catopê, mas após entrar para a igreja evangélica Ministério Batista Filadélfia prefere que não o chamem assim. Ele explica que o apelido veio de uma promessa feita por sua mãe, que fez votos de que todos da família participariam da tradição do folclore, mas percebeu que não era certo fazer votos para outros santos. Diz que não se importa, mas que prefere que o chamem de Cesinha ou Paulo César.     
Cesinha destaca-se pelos lançamentos

Para muitos críticos do futebol, depois dos 35 anos o jogador está velho e não agüenta mais correr. Mas para Cesinha é diferente, é igual àquele ditado: Quanto mais velho, melhor é. Em 2006, foi o principal jogador na conquista do campeonato varzeano pelo Juventus na categoria titular. Segundo Cesinha, nas cinco competições em que se inscreveu naquele ano, foi campeão em todas. Além da varzeano, foi campeão pelo Vila Atlântida no Santos Reis, no máster pelo Vasco, também no Santos Reis, no Califórnia, pelo campeonato do Major Prates, sendo inclusive o destaque da competição e ainda pela Lafarge, no campeonato amador.
Cesinha recorda que começou a jogar no Ferroviário com o treinador Bibiano, juntamente com atletas como Lola, Robertinho, Zarão, João Carinha, Ilzomar, entre outros. Logo depois o então treinador do juvenil Torresmo, e jogador do adulto do Cassimiro o chama para jogar no Mais Querido. Com o tempo, Bonga passa a ser seu treinador e aos 17 anos o leva para jogar no campeonato amador adulto.
Cesinha conta como foi a sua ida para o Villa Nova de Lima.
- Em 1982, o Ateneu, maior rival do Cassimiro, disputava o campeonato mineiro de júnior. Durante o jogo entre Ateneu e Villa Nova, meu irmão Geraldo chega perto de um dos diretores e pergunta se eu não podia fazer um teste no Villa. Fui aprovado e fiquei lá por sete anos – diz.
Ele chega ao Villa Nova, em 83, e disputa o campeonato mineiro de júnior. Com o bom aproveitamento, o Santa Tereza o chama para disputar a Taça São Paulo de júnior, é emprestado e faz um bom campeonato, assim como a equipe que fez a melhor campanha entre os mineiros. O primeiro jogo da equipe foi contra o Palmeiras, no Parque Antártica, quando perdeu por 1 a 0. Com o bom futebol, os diretores do Santa Tereza entram em contato com o diretores do Villa Nova e tentam contratar Cesinha. Negócio fechado. Chegaram a anunciar Cesinha no Santa Tereza, mas chega um dos diretores e barra a contratação. Naquele momento, o diretor Irênio chama Cesinha para assinar o primeiro contrato profissional com o Villa Nova.
Lembra que no primeiro campeonato mineiro fica na reserva. Mas, já no segundo ano, em 85, entra como titular. Fica até 1989, no Villa Nova, onde disputa também o campeonato brasileiro da segunda divisão. Lá trabalha com vários treinadores como Dalson, Laviola, Ruy Guimarães, Yustrick, entre outros. Tem a oportunidade de jogar com jogadores como Eduardo Rabo de Vaca, Renato Dramático, Erivelton e Jorge Valença. 
Cesinha tinha grande visão de jogo
Em 89, a equipe chega à semifinal, perde a vaga para o Cruzeiro, que jogaria pelo empate. No mesmo ano, Cesinha é emprestado para o Goitacazes de Campos/RJ, onde disputa o campeonato carioca da segunda divisão.
No ano seguinte, é emprestado novamente para o Cataduvense em São Paulo, para a disputa do campeonato paulista da primeira divisão, mas se contunde e volta para o Villa Nova.
Em 91, Cesinha conta que chegou ao Villa Nova e que tinha mais um empréstimo para seguir para o Araguari. Mas diz que não queria mas ser emprestado. Chega a ter um desentendimento com o diretor do Villa, que pede a ele para voltar para Moc, pois estava nervoso. Cesinha conta que chega em Moc e desiste de jogar. E que muitas vezes o diretor do Villa Nova chegou a ligar para ele, mas preferiu abandonar o futebol.
No final do ano, faz um amistoso para Esurb na entrega de faixa de campeão amador, e torce o joelho. Aí, desanima de vez para o profissionalismo.
Cesinha jogou no Villa Nova-MG

De 92 até 94, disputa apenas o varzeano para o Juventus. Em 95, o Ateneu disputa o campeonato mineiro da terceira divisão, o goleiro Everaldo convida Cesinha para voltar a jogar e o time é campeão.
No mesmo ano, Cesinha começa a disputar as competições na cidade e conquista vários torneios. Vai para o Bioclube e se sagra bicampeão amador em 95 e 96. Em 97, vai para o Cassimiro e torna-se tricampeão consecutivo.
Em 99, é campeão do Santos Reis, pelo San Remo. Em 2000, ergue a taça da Copa Mocão, pelo Cruzeiro. Em 2004, seu destino seria o Santa Lúcia, onde conquista mais um amador, a copa União em 2005, e a Taça Moc. Em 2006, mostra seu talento mais uma vez e é campeão em cinco torneios diferentes aos 41 anos, sendo um dos principais jogadores. Nos últimos anos, o atleta tem atuado mais no futebol soçaite com a camisa da Flamoc e se dedicado a vida de treinador de futebol nas escolinhas do Novo Clube-Novo Nordisk.  


PERFIL

Partida inesquecível: Villa Nova 0 x 1 Atlético, em Nova Lima, pelo campeonato mineiro de 87. Perdemos, mas joguei muito naquele dia.

Título mais importante: Pelo trabalho feito, foi o título varzeano pelo Juventus, em 2006.

Título que queria ter ganhado: A Copa Kaiser em 94, quando jogava pelo Juventus. Saímos na semifinal.

Gol mais bonito: Cassimiro e Matsulfur, pelo campeonato amador. Não me lembro o placar, lembro que ganhamos. Fiz um gol olímpico.

Maior alegria no futebol: Ter sido jogador profissional durante vários anos.

Maior tristeza no futebol: Quando machuquei o joelho.

Melhor amigo no futebol: Tive vários como Caçarema, Bonga, Ilzomar, Robertinho, Zarão. Mas três foram especiais: Cesinha, Everaldo e Waldomiro.

Melhor treinador: profissional foi Yustrisck, em Moc foi Jésus Passos.

Melhor jogador que viu jogar: Jânio

Melhor goleiro: Everaldo

Companheiro ideal: Célio Costa. Joguei com ele no Villa Nova e no Goitacaz.

Desde quando começou a jogar, monte uma seleção: Everaldo, Jarden, Lelê, Sérgio, Roninha, Cebolinha, Caçarema, Cesinha, Lola, Waguinho e Hugo. Treinador Jésus Passos.


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CÁSSIO ATACANTE E ARTILHEIRO

Heberth Halley
Repórter


O destaque de hoje é Cássio Murilo Aquino Oliveira. O popular Cássio da Palimontes destacou-se no futebol principalmente pelos seus gols, por onde passou deixou sua marca de artilheiro.
Cássio viveu a infância em Janaúba, aos 14 anos veio para Montes Claros. Certo dia o então diretor do time do Santa Cruz do Morro Vermelho o convida para disputar o campeonato vaerzeano de Montes Claros com apenas 14 anos. Mesmo tão novo sobressaí e conquista o antigo torneio início da Várzea em 1980.
Cássio por onde passou foi artilheiro
O ex-jogador conta que achou o campeonato varzeano muito pesado e principalmente pro sua idade. Vai para o Grêmio do Santos Reis. Ele conta que o time treinava no campo do Ipê todos os sábados, às 14h e às 16h era a vez do time do Barreiras fazer seu treinamento.
- Os jogadores e diretoria do Barreiras me viram treinar e me chamaram para eu jogar lá – conta Cássio, que lembrou ainda que como ele trabalhava ficava muito apertado para ele treinar às 14h.
- Foi aí que decidir ir para o time do Barreiras. Assim sim comecei efetivamente a projetar na cidade – diz.
Cássio recorda que o Barreiras era um time muito técnico e com bons jogadores se sagrou campeão por três vezes do tradicional campeonato do Santo Expedito. Ele recorda também que o time disputou o campeonato do Santos Reis e foi campeão em uma edição e vice em outra. Em todas estas competições Cássio foi artilheiro. O time contava com atletas como: Heldinho, Diu Andrade, Airton, Raul, Jarbas, Tito, Cássio, dentre outros.
Em seguida Cássio é convidado para o disputar o campeonato mineiro de júnior pelo Ateneu, sob o comando do treinador Maciel Júnior. Recebeu convites de times como Flamengo, Atlético e Vila Nova, mas não deu certo a sua ida.
Cássio destacou-se no Barreiras

Anos depois, Cássio vai para o São Pedro disputar o campeonato amador, da qual consegue também ser várias vezes campeão e artilheiro, sendo inclusive três vezes consecutivas artilheiro do amador.
- No São Pedro consolidei de vez meu futebol e tive reconhecimento de todos – comenta Cássio.
Lá chegou a disputar a 3ª divisão do campeonato mineiro, mas o time não foi bem.
- Lembro até de um fato pitoresco. Certa vez, joguei o amador no sábado à tarde, e quando acabou o jogo, o ônibus do São Pedro estava me esperando para eu ir viajar com eles para Belo Horizonte, para um jogo contra o Venda Nova pelo campeonato mineiro. Naquele tempo dava para fazer isso – conta.
Cássio só disputou o campeonato amador pelo São Pedro, time a qual tem grandes lembranças.
- Era uma família. Para eu sair de lá era muito difícil. Flavão e Dona Roxa nos dava todo carinho. O treinador do Cassimiro, Bonga, até hoje me reclama que eu nunca joguei no Cassimiro. Mas brinco com ele que hoje meu filho teve a honra de jogar pelo Marista e Cassimiro sob o comando dele – diz.
Cássio jogou diversas equipes nos outros campeonatos da cidade como: Cruzeiro Santos Reis, América do Alto São João, Democrata, Santos, Vasco, Diamantina, Estrelinha entre outras equipes de cidades vizinhas.
Em 1997 disputou o último campeonato amador pelo São Pedro e em 1999 disputou sua última competição oficial pelo Ateneu, que foi o Campeonato Norte Mineiro da qual acabou sendo campeão.
No início da década de 90 recebeu a extinta Medalha Deusdará como melhor jogador amador de Montes Claros.
Cássio conquistou inúmeros títulos
Cássio passou a jogar competições nos clubes da cidade como Pentáurea, Max Min, Country Clube Lagoa da Barra, AABB e com sucesso sendo campeão e deixando sempre seus gols.
Começa a praticar o futevôlei e a modalidade torna-se sua grande paixão hoje em dia. Segundo ele a modalidade acabou desviando do futebol. 
- Chega num ponto de sua vida que você busca algo diferente. O futevôlei é um futebol arte. Conheci pessoas novas como Nonato, Éder, Luis Fernando Flores, Robson. A vontade de aprender o futevôlei foi um grande desafio, que tem dado certo – explica.
Tanto é que tem dado certo que conquistou inúmeros títulos como: Tricampeão da Copa Caribe no México, Tetracampeão Mineiro, Campeão do Torneio Rio-Minas, Campeão do Desafio Moc-BH, entre tantos outros. Recebeu por duas vezes o troféu Bola Cheia Marcelino Paz do Nascimento como melhor atleta de futevôlei ao lado de Gerinha seu parceiro. Em outras duas edições recebeu o troféu Bola Cheia como melhor jogador de futebol soçaite aberto e máster.
Hoje Cássio é gerente da Loja Palimontes e vice-presidente do Ateneu.

PERFIL

Partida Inesquecível:
Cruzeiro 4 x 1 Ateneu pelo campeonato mineiro de júnior, no Barro Preto. Fiz o gol pelo Ateneu e fui um dos destaques. Acredito que foi inesquecível pela emoção criada em jogar contra o Cruzeiro. Mas não posso deixar de citar os jogos que fiz pelo Barreiras. Fiz jogos memoráveis. Meus melhores jogos foi pelo Barreiras.

Gol mais bonito: Talvez o mais importante, no Torneio João Melo pelo São Pedro. Vencemos o Jequitaí de Engenheiro Dolabella, na casa deles por 2 x 1 e fiz um dos gols.

Maior alegria: O grande prêmio que tenho no esporte é o reconhecimento que eu representei no esporte.

Maior tristeza: Minha grande tristeza é o fato de não ver o futebol de Montes Claros ter representatividade no campeonato mineiro.

Melhor jogador: Ele não aprecia tanto, mas era extremamente importante

Melhor treinador: Flavão

Melhor marcador: Cebolinha, era muito clássico. Mas os que mais me incomodavam foram Raimundão, Baideck e Moura.

Companheiro ideal: João Carinha, o que mais me entendia em campo.

Monte uma seleção dos jogadores de Montes Claros: Marinho, Bicalho, Nilsão, China, Leandro, Vânio, Cebolinha, Tatinha, João Carinha, Cássio e Bolão. Técnico: Flavão.  

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TATINHA DESTACAVA-SE PELA VISÃO DE JOGO E LANÇAMENTOS

Heberth Halley
Repórter


Hoje vamos falar de Cássio Adiê Ferreira Alcântara, conhecido popularmente como Tatinha, de 49 anos. O ex-jogador tinha como principais características a visão de jogo, lançamentos longos, bom passe e objetividade. Desde cedo se destacou no futebol. 

Tatinha jogou no Ateneu, Cassimiro e São Pedro
Ele conta que começou a jogar futebol nos campinhos e ruas do bairro Vila Brasília. Em 1974, o treinador das categorias de base do Cassimiro, Castilho, o convida para jogar no ‘Mais Querido’ do Bairro Todos os Santos, para jogar no infantil. Nesse período disputou várias competições da cidade sagrando-se campeão. 
Em 1978, o treinador Marcelino Paz do Nascimento, faz o convite para que Tatinha fosse defender as cores do Ateneu, para a disputa do campeonato mineiro juvenil. Em 1982, Tatinha, disputa mais um campeonato mineiro, desta vez, na categoria júnior, que naquele tempo ainda era chamado de juvenil. O Broca do Bairro São José, faz um bom campeonato e termina a competição em terceiro lugar, atrás somente do Cruzeiro e Atlético. A equipe contava com: Ninha, Ronaldinho, Zé Carlos, Dinga, Cazoba, Raul, Tatinha, Índio, Robertinho, Bolão e Robson.
Tatinha é um dos atletas que se destaca pelo Ateneu e é convidado para jogar em equipes como o Cruzeiro, Atlético, Coritiba e Marília-SP, mas ele lembra que na época o presidente do Ateneu, Aristóteles Mendes Ruas, colocou uma série de empecilhos, burocratizando a negociação e somente liberava o atleta por empréstimo, o que acabou não acontecendo.
No mesmo ano, Tatinha disputa as finais do campeonato amador pelo Ateneu que mescla a juventude dos jogadores que haviam disputado o campeonato mineiro com atletas experientes caso do volante Carlúcio. A fórmula deu certo e o Ateneu sagra-se campeão.
Tatinha conquistou inúmeros títulos
A partir daí, Tatinha, começa a disputar os campeonatos amadores de Montes Claros. Seu destino seria o São Pedro, equipe que teve uma grande ascensão na década de 80. Defendendo as cores do São Pedro, Tatinha, sagrou-se campeão tricampeão amador, além de outros campeonatos como o Torneio João Melo.
Tatinha lembra que foram várias as formações do São Pedro, mas a que ele recorda com carinho foi o título amador de 1984 em cima da Matsulfur. O time base era formado por: Marinho, Genésio, Djalma, Julio César, Dico Jacaré, Vânio, Picado, Tatinha, Dida, Índio e Hermes. Técnico Marcelino Paz do Nascimento.
Em 1988, Tatinha recebe o convite do jogador Jânio, para jogar a segunda divisão do mineiro para o Casssimiro, mas sem sucesso. Outra vez foi pelo São Pedro, em 1990, também sem sucesso.
Tatinha continuou jogando pelo São Pedro até 1997 quando naquele ano decidiu parar de jogar competições oficiais. Atualmente é proprietário da Loja Gol de Placa Sports em Montes Claros-MG.

PERFIL

Partida Inesquecível:
Campeonato Mineiro de 1982 contra o Sete de Setembro no estádio Independência. O jogo estava empatado em 1 x 1, recebi a bola próximo do meio campo, driblei um adversário e fiz um golaço, virando o jogo para 2 x 1, mas no final eles empataram. Aquele jogo ficou marcado em minha memória. Outro jogo que recordo com carinho foi a final do Torneio João Melo, em Engenheiro Dolabella, da qual sagramos campeões pelo São Pedro.     

Gol mais importante: Esse mesmo contra o Sete de Setembro. Pela situação do jogo, me marcou muito.

Maior alegria no futebol: O reconhecimento e os amigos que conquistei.

Maior tristeza no futebol: Receber o convite para jogar em outro time fora de Montes Claros e não poder ir. Outro fato foi a não convocação para a Seleção Mineira Juvenil. Só poderiam ir atletas com 18 anos incompletos, meu nome era cogitado e no final chamaram um jogador do Atlético com 19 anos.

Maior marcador:
Tarcísio

Melhor jogador que viu jogar: Índio e Bolão

Melhor parceiro dentro de campo: Cássio Aquino. Eu gostava muito de lançar e quando eu pegava na bola ele já entendia.

Monte uma seleção desde quando começou a jogar: Ninha, Hélton Veloso, Carlinhos, Nicomedes, Ronaldinho, Vânio, Jânio, Tatinha, Robson, Bolão e Índio. Técnico: Castilho.