quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

OPINIÃO: UM ERRO NÃO JUSTIFICA O OUTRO



Heberth Halley

Quero relatar um fato lamentável ocorrido na grande final da 16ª Copa Rádio 93,5 FM de futsal realizada na noite de quarta-feira, dia 12, no ginásio Ana Lopes. O título ficou com a Auto Elétrica Maria Bonita-Ginásio Ana Lopes que venceu a Tornearia Spalla Futsal por 2 x 0.
Restando cinco minutos para o término da partida, a Auto Elétrica Maria Bonita-Ginásio Ana Lopes vencia por 1 x 0, mas num lance polêmico, a Auto Elétrica amplia o marcador. Os jogadores da Tornearia Spalla partiram pra cima do árbitro alegando que a bola teria pegado no jogador Luquinhas e que o lateral era a favor da equipe da Spalla. O lance gerou muita discussão, confusão e até agressão por parte de alguns atletas da equipe da Tornearia Spalla.
Estava tudo pronto para a partida reiniciar, quando veio o aviso que os árbitros, Hélio Pereira e Gera Bahia, não iriam dar continuidade ao jogo, alegando falta de segurança. Como já havia passado um terço do jogo, foi decretado a Auto Elétrica Maria Bonita-Ginásio Ana Lopes como campeã da competição.
Durante a entrega da premiação, os jogadores Kauzinho e Dêda da Tornearia Spalla agrediram covardemente, com um soco, o árbitro Hélio Pereira.
Conheço os dois atletas da Tornearia Spalla e sei perfeitamente que foi no calor do jogo. Mas como diz no ditado popular: Um erro não justifica o outro, sobretudo, uma agressão. Se o árbitro errou, e é passível de erro, não justifica agredi-lo. Todos nós somos sujeitos ao erro. Como jogadores, sabemos que durante um jogo, somos passíveis de erros de passes, erros de marcação, erros de gols, erros e mais erros, e nenhum companheiro de equipe, treinador ou presidente da equipe entra na quadra para nos dar um soco ou ponta-pé porque erramos durante a partida.
Tenho certeza que eles devem estar extremamente arrependidos pelo que fizeram e que como homens deveriam pedir perdão ao árbitro, ao ser humano e ao colega Hélio Pereira, pela atitude ridícula.
Também não deve está feliz com a atitude dos atletas, o diretor-presidente da Tornearia Spalla, Valdomiro, admirado por muitos, pelo seu jeito e companheirismo com os adversários. Ele sempre privou pelo bom futsal e pela boa conduta e lealdade de seus atletas. 
Claro e evidente, que como atletas e treinadores queremos vencer um campeonato, conquistar um título, mesmo que só valha apenas um troféu e uma medalha. Mas isso aumenta o nosso ego, nossa alegria, ficamos mais felizes. Claro que é bom vencer e ser campeão. Mas de forma alguma é preciso agredir um árbitro porque ele errou num lance por causa de uma final de campeonato.
Tenho certeza absoluta que não roubariam durante um jogo, erram por que são seres humanos, e estão sujeitos a isso. Existe muita coisa que precisa ser revista. Hoje tem uma sobrecarga de jogos para os árbitros nessas competições. Três se revezam para apitar numa só noite até seis jogos e partidas que ninguém quer perder e que nunca agradam a nenhuma das 12 equipes que atuaram naquela noite, nem jogadores, nem treinadores e nem torcedores. É uma profissão, se é que podemos chamar de profissão, ou melhor, uma atividade, muita sacrificada e o tempo todo cobrada. É preciso estar psicologicamente preparado para tanta pressão, pressão esta que não deveria acontecer. 
A falta de segurança é outro fator que os coordenadores desses campeonatos precisam rever. É necessário o mínimo de segurança para os jogadores, torcedores e principalmente, para os árbitros.
Pensei que nesse tempo em que pratico futsal já tinha visto tudo, mas infelizmente, ontem vi mais uma cena ridícula no futsal montes-clarense. Que isso nunca mais aconteça nas quadras de Montes Claros.

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